Tuberculose em situações especiais


HIV/Aids

Pessoas Vivendo com HIV (PVHIV) diagnosticadas com TB
    ● Pelo elevado risco de coinfecção, adultos e adolescentes infectados pelo HIV devem ser questionados em todas as visitas aos serviços de saúde sobre a presença dos sintomas característicos da TB.
    ● O tratamento nas pessoas com coinfecção TB-HIV segue as mesmas recomendações para a população geral.
    ● Atentar para as interações medicamentosas entre os fármacos da tuberculose e os antirretrovirais. Logo, esses pacientes também deverão ser acompanhados pela Referência Secundária de TB (SISREG - Consulta em pneumologia - Tuberculose complicada).
    ● Para pacientes já em uso de TARV, a equipe deverá matriciar e/ou agendar Infectologista (via SISREG ou contato com a equipe do ambulatório que o acompanha) - Referência Secundária

ATENÇÃO! Afastado o diagnóstico de TB ativa, PVHIV devem realizar Tratamento para ILTB em alguns casos. Veja na aba Tratamento para ILTB.

Diagnóstico de HIV após o diagnóstico de TB
    ● Realizar o aconselhamento pré e pós-teste.
    ● Com o resultado positivo: solicitar exames complementares (Carga viral e CD4) e realizar a notificação.
    ● Se virgem de TARV ou abandono, iniciar RIPE e aguardar pelo menos 15 dias até início da TARV, realizando a prescrição conforme Guia de referência rápida HIV/Aids - nº7 (p. 57). (Clique Aqui)
    ● Atentar para as interações medicamentosas entre os fármacos da tuberculose e os antirretrovirais. Logo, também deverá ser acompanhada pela Referência Secundária de TB (SISREG - Consulta em pneumologia - Tuberculose complicada).

Diabetes
    ● Pacientes com diabetes farão uso do esquema básico (EB) nas doses habituais;
    ● A resposta ao tratamento pode ser lenta (maior risco de recidivas e resistência);
    ● Atenção ao controle da glicemia (rifampicina tem interação com hipoglicemiante oral), logo deve-se avaliar o uso de insulina.
    ● Caso haja alguma intercorrência ou o manejo da glicemia esteja complicado, compartilhar o cuidado de TB com a Referência Secundária de TB (SISREG - Consulta em pneumologia - Tuberculose complicada) para avaliação do tempo de tratamento.

ATENÇÃO! Pacientes com diabetes, afastado o diagnóstico de TB ativa com resultado de Prova Tuberculínica (PT) ≥ 10mm ou IGRA positivo devem realizar Tratamento para ILTB.

Nefropatias
    ● É necessário conhecer a taxa de depuração de creatinina (clearance) antes de iniciar o esquema terapêutico. Quando o clearance for menor que 30 mL/min, há necessidade de ajuste da dose dos medicamentos etambutol e pirazinamida; a rifampicina e a isoniazida não necessitam de ajuste. Esses casos devem ser encaminhados à Referência Secundária para acompanhamento clínico e laboratorial.
    ● Para pessoas em hemodiálise, os medicamentos da TB deverão ser tomados após o procedimento, no mesmo dia; por isso, a unidade deverá acompanhar os dias em que a pessoa realizará o tratamento da TB, pactuando o horário para realização do TDO.

Hepatopatias
    ● Alguns dos medicamentos anti-TB apresentam hepatotoxicidade, que pode ser potencializada pelas interações medicamentosas e o uso de doses acima das preconizadas.
    ● Pode ocorrer elevação assintomática dos níveis séricos das enzimas hepáticas (TGO/TGP), seguida de normalização espontânea, sem qualquer manifestação clínica e sem necessidade de interrupção ou alteração do esquema terapêutico.
    ● Na presença de náuseas e vômitos, com TGO e TGP três vezes superior ao valor da normalidade ou com enzimas hepáticas cinco vezes o valor da normalidade, mesmo sem sintomas, o tratamento deve ser interrompido.
    ● Se hepatopata ou na ocorrência de hepatotoxicidade, o paciente deverá ser acompanhado também pela Referência Secundária para avaliação.