A Classificação de Risco em Saúde Mental se coloca como uma ferramenta de apoio à decisão clínica na regulação do acesso aos pontos de atenção da RAPS para os casos agudos. É um processo de gestão do risco clínico que tem por objetivo estabelecer prioridades para o atendimento dos usuários de saúde mental que acessam o sistema de saúde e também definir o recurso assistencial mais adequado a cada caso, qualificando os encaminhamentos e o seguimento dos pacientes na rede de atenção à saúde.
Nível Baixo de Complexidade
1. Pequenas perdas na autonomia de gerir a própria vida; 2. Uso moderado de Álcool e outras drogas com laços sociais preservados; 3. Tristeza e angústia intensas com presença ou não de insônia vinculadas às situações de violência e perdas(separações, mortes); 4. Humor ansioso com dificuldades de realizar as atividades diárias; 5. Uso crônico de benzodiazepínico e/ou antidepressivo; 6. Quadro de neurose ou psicose estabilizada; 7. Presença de distúrbios de humor leve(choros imotivados, irritabilidade intensa); 8. Problemas de aprendizagem e comportamento que não configurem danos psicossociais maiores.
Neste nível baixo de complexidade: construção da direção do cuidado na Atenção Primária em Saúde (APS) com equipe NASF e/ou referência de matriciamento em Saúde Mental.
Nível Médio de Complexidade
1. Laços sociais e/ou familiares fragilizados; 2. Histórico de tentativa de suicídio sem ideação no momento; 3. Estado de angústia e medos intensos; 4. Comportamento com potencial agressivo; 5. Situação de abuso sexual com sofrimento intenso; 6. Uso intensivo de álcool e outras drogas com laços sociais preservados; 7. Presença de alucinação e/ou delírio desvinculados de quadros de agitação e sem graves prejuízos na vida cotidiana; 8. Violência contra crianças e adolescentes sem sofrimento mental grave; 9. Problemas de aprendizagem e comportamento causando danos psíquicos.
Neste nível médio de complexidade: construção da direção do cuidado na Atenção Primária em Saúde (APS) com equipe NASF e/ou referência de matriciamento em Saúde Mental e /ou compartilhamento do cuidado com o ambulatório de Saúde Mental.
Nível Alto de Complexidade
1. Laços sociais e/ou familiares muito fragilizados ou rompidos; 2. Comprometimento grave com a higiene e cuidados pessoais; 3. Histórico de tentativas de suicídio e ideação suicida; 4. Agitação psicomotora extrema com alteração de senso-percepção; 5. Evidências de risco de violência para si e para os outros, inclusive violência autoprovocada; 6. Quadro confusional agudo e desorganização do pensamento; 7. Humor marcadamente eufórico, excitação, planos grandiosos, conduta bizarra ou estranha; 8. Humor gravemente deprimido; 9. Idéias delirantes com ou sem cunho persecutório que esteja produzindo risco para si ou outros; 10. Crianças e adolescentes com quadro de isolamento, grave dificuldade de comunicação e comportamentos estereotipados, muitas vezes diagnosticadas como autistas e psicose infantil; 11. Uso abusivo de álcool e/ou outras drogas vinculado à comportamentos que impliquem em riscos para si e para os outros; 12. Quadros de distúrbios metabólicos decorrentes de intoxicação por drogas lícitas e ilícitas; 13. Violência contra crianças e adolescentes com sofrimento mental grave e necessidade de construção de rede intersetorial; 14. Criança em uso de medicamento psicotrópico.
Neste nível alto de complexidade: construção da direção do cuidado em conjunto com a Atenção Primária em Saúde (APS) com equipe NASF e/ou referência de matriciamento em Saúde Mental e compartilhamento com o CAPS, inclusive em situações agudas.